quinta-feira, agosto 31

A equipe econômica no segundo mandato

O melhor de hoje na Folha é o artigo de Paulo Nogueira Batista Jr. Ele relata o que disse na reunião de "intelectuais" com o Presidente Lula. Chama a atenção para o fato de que os postos-chave da equipe econômica são ocupados por pessoas do "antigo regime" ou seja, pessoal sujeito demais a influência de interesses estrangeiros e do mercado financeiro. Basicamente, são os cabeças de planilha de quem fala o Nassif que dão as cartas do jogo desde a década de 90.

Batista Jr. ressalta o modelo adotado no Itamaraty, em que os postos chave foram ocupados por gente do ramo (profissionais) e que, além disso, compartilham uma visão mais progressista. Isso permitiu a reorganização e redirecionamento da política externa. Defende que o mesmo seja feito na equipe econômica, o que seria facilitado pela já presença de Mantega na direção da Fazenda.

De certa forma, quando detonou Palocci, a oposição entregou de bandeja a Lula a possibilidade de avanços na política econômica, em direção a uma visão menos conservadora da economia. Isso porque Palocci já tinha "vendido a alma ao diabo", não poderíamos esperar dele nada nesta direção. Alguém tem dúvida?

Ademais, se Palocci continuasse forte teríamos alta probabilidade de ele fosse ungido ao Planalto em 2010, com apoio do PT e do mercado. Neste cenário, teríamos mais 8 anos de política econômica conservadora, sem chance qualquer de discutir o que Batista Jr. propõe agora.

Quem concorda com Batista Jr. tem muito a agradecer a Francenildo, aos "companheiros da República de Ribeirão", ao PSDB e ao PFL.

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